A Copa do Catar marca possivelmente a despedida em Mundiais de dois dos maiores jogadores de todos os tempos: Messi e Cristiano Ronaldo. No entanto, também pode ser considerada como uma espécie de “passagem de bastão” para uma jovem geração talentosa, que já em sua estreia em Mundiais vem chamando atenção. Alguns, mesmo com a pouca idade, se tornaram protagonistas em suas seleções.

Entre esses nomes estão o dos brasileiros Vinícius Júnior, os argentinos Julián Álvarez e Enzo Fernandes, os ingleses Saka, Foden e Bellingham, o holandês Cody Gakpo e mais recentemente o português Gonçalo Ramos. Só para citar alguns que seguem na competição. Todos com menos de 24 anos.

O ge traz um raio-x da participação desses e de outros jogadores que possivelmente ainda disputarão outras Copas do Mundo.

Gakpo, 23 anos, atacante (Holanda)

Jogador do PSV Eindhoven, Cody Gakpo chegou ao Mundial com números superiores aos de Neymar, no PSG e do norueguês Haaland no que diz respeito à participação diretas em gols do seu time. E na Copa vem mantendo a média. Com direito a já fazer história.

O atacante se tornou o primeiro jogador holandês a marcar gols em todas as três partidas da fase de grupos, entrando automaticamente também na briga pela artilharia da Copa.

E o que chamou atenção também foi o repertório das jogadas. Com os gols sendo marcados de cabeça (contra Senegal), de fora da área com a perna esquerda (contra o Equador) e passando pela marcação e invadindo a área, com finalização com a perna direita (diante do Catar).

Ainda de acordo com as estatísticas da Fifa, Gapko é o jogador holandês com maior número de recepções entre o meio-campo e a linha defensiva (70) e que mais faz cruzamentos na área (24) entre os jogadores da seleção laranja.

Vinícius Júnior, 22 anos, atacante (Brasil)

Hoje parece estranho, mas antes da Copa, Vinícius Júnior ainda não tinha a titularidade assegurada na seleção brasileira.

Porém, bastou a partida de estreia contra a Sérvia para que o atacante, de 22 anos, revelado pelo Flamengo e hoje um dos principais jogadores do Real Madrid, mostrar para o técnico Tite que ele tinha acertado na escolha. Um jogador que não sente o peso da camisa.

+ Vini Jr garante mais dancinhas da Seleção na Copa: “Que a gente siga fazendo muitos bailes”

Vinícius Júnior é um dos atletas mais ativos do sistema ofensivo brasileiro, contribuindo até agora, de forma direta, com três gols nessa Copa. Foram duas assistências: para o segundo gol de Richarlisson na estreia contra a Sérvia, e para Paquetá, na goleada por 4 a 1 sobre a Coreia do Sul, nas oitavas.

Além disso, também contra os coreanos, foi de Vinícius o gol que abriu a classificação para as quartas. Um chute com extrema categoria e tranquilidade, tirando do alcance do goleiro. Como um veterano. O atacante acabou sendo um dos melhores em campo. Vinícius Júnior, no entanto, não é o único jovem jogador a se destacar pelo Brasil nesse início de Copa. Mesmo sem a condição de titulares absolutos do time de Tite, Rodrygo e Gabriel Martinelli também provaram que podem ser úteis na caminhada rumo ao hexa.

Enzo Fernandes, 21 anos, meia, e Julián Álvarez, 22, atacante (Argentina)

Após ser surpreendida com uma derrota na estreia para a Arábia Saudita, a Argentina precisou do bom futebol de duas jovens promessas para ressurgir na Copa.

Enzo Fernandes e Julián Álvarez foram acionados pelo técnico Lionel Scaloni no decorrer das duas primeiras partidas e foram fundamentais para a mudança de postura da equipe. No jogo decisiva contra o México, por sinal, Fernandez sacramentou a vitória por 2 a 0, com um golaço. O jogador, que atualmente pertence ao Benfica, já está na mira do Real Madrid para depois do Mundial. Já na partida que assegurou a classificação da albiceleste, contra a Polônia, quando os dois já começaram juntos como titulares, foi a vez de Júlian Álvarez, comprado pelo Manchester City junto ao River Plate por 18 milhões de euros (cerca de R$ 111 milhões), deixar o seu na vitória por 2 a 0.

Enzo Fernandes e Julián Álvarez foram acionados pelo técnico Lionel Scaloni no decorrer das duas primeiras partidas e foram fundamentais para a mudança de postura da equipe. No jogo decisiva contra o México, por sinal, Fernandez sacramentou a vitória por 2 a 0, com um golaço. O jogador, que atualmente pertence ao Benfica, já está na mira do Real Madrid para depois do Mundial. Já na partida que assegurou a classificação da albiceleste, contra a Polônia, quando os dois já começaram juntos como titulares, foi a vez de Júlian Álvarez, comprado pelo Manchester City junto ao River Plate por 18 milhões de euros (cerca de R$ 111 milhões), deixar o seu na vitória por 2 a 0. O jovem atacante de 22 anos, que ganhou de vez a concorrência com Lautaro Martínez, voltou a balançar as redes ao fazer o segundo na vitória sobre a Austrália, por 2 a 1, nas oitavas de final. Antes, Messi havia aberto o placar. Duas gerações em busca do tão esperado tri argentino.

Saka, 21 anos, Foden, 22, atacantes; e Bellingham, volante, 19 (Inglaterra)

Com média de idade de 26,4 anos, a Inglaterra chegou para a Copa do Catar renovada. Juventude que vem caindo bem no English Team e que tem no volante Bellinghame nos atacantes Foden e Saka suas maiores referências. Todos com gols já marcados na Copa.

Logo na estreia contra o Irã, o técnico Gareth Southgate escalou Bellingham e Saka como titulares e os dois foram os destaques na goleada por 6 a 2, com o volante de 19 anos marcando um, enquanto o atacante, de 21, dois gols.

De acordo com as estatísticas da Fifa, Bellingham também lidera, na Inglaterra, os quesitos de jogador com mais arrancadas (249), mais bolas recebidas (439) e com mais pressão defensiva sobre o adversário (118).

Na vitória segura sobre Senegal por 3 a 0 nas quartas de final, Bellingham voltou a ser um dos melhores em campo e Saka voltou a balançar as redes.

Já Foden ganhou uma oportunidade de começar jogando na partida diante de País de Gales, pela última rodada da fase de grupos. Também fez bonito ao ser um dos melhores em campo e marcar um dos gols da vitória por 3 a 0.

Tanto que voltou a ser titular, ao lado de Saka e Bellingham, nas oitavas contra Senegal.

Gonçalo Ramos, 21 anos, atacante (Portugal)

Gonçalo Ramos, Portugal x Suíça — Foto: REUTERS/Kai Pfaffenbach

Artilheiro do Campeonato Português com nove gols em 11 jogos pelo Benfica, Gonçalo Ramos chegou ao Catar tendo estreado pela seleção portuguesa, em amistoso contra a Nigéria, sete dias antes da Copa. E logo de cara marcou um gol e deu uma assistência na goleada por 4 a 0, tendo atuado apenas 23 minutos.

Mesmo assim, a tendência era de que seria pouco utilizado no Mundial. Uma vez que sua função na equipe era desempenhada por ninguém menos do que Cristiano Ronaldo.

E assim foi. Nas partidas contra Gana e Uruguai, entrou apenas nos minutos finais. Na derrota para a Coreia do Sul, sequer entrou em campo.

+ Cristiano Ronaldo é reserva pela primeira vez em uma Copa do Mundo

Mas tudo mudaria a partir das oitavas de final, graças a uma decisão corajosa do técnico Fernando Santos, que decidiu bancar a sua titularidade contra a Suíça, deixando o ídolo Cristiano Ronaldo no banco. Aposta que deu muito certo.

Gonçalo Ramos foi o nome da goleada por 6 a 1 e da classificação portuguesa, com três gols e uma assistência. Com apenas 21 anos, se tornou o jogador mais jovem a marcar um hat trick em jogo eliminatório da Copa desde Pelé, que tinha 17 quando fez três na semifinal de 1958, contra a França.

Feito que deve manter o avançado do Benfica como titular para as quartas contra Marrocos.

Destaques também entre os eliminados

Campeões do mundo, Espanha, Alemanha e Uruguai se despediram precocemente da Copa do Catar. Mas isso não quer dizer que deixaram o Mundial sem apontar para um futuro que pode ser promissor.

Na Alemanha, o atacante Musiala, de 19 anos, foi talvez a melhor figura ofensiva da seleção na Copa, com um futebol de rapidez e dribles, sempre partindo para cima dos adversários.

Já o Uruguai, que viu as prováveis despedidas dos atacantes Luis Suárez e Edinson Cavani, tem no meia Federico Valverde, do Real Madrid, uma das suas melhores apostas para que a Celeste siga competitiva. Apesar de ter sido subutilizado pelo técnico Diego Alonso no empate com a Coreia do Sul e na derrota para Portugal, quando atuou longe da área e de costa para o gol, o meia foi um dos responsáveis, junto com o meia De Arrascaeta, do Flamengo, pela melhora a equipe uruguaia na vitória sobre Gana por 2 a 0, mas que não foi suficiente para a permanência no Mundial.

Já a Espanha que teve uma das menores médias de idade entre as 32 seleções da Copa (25,3 anos), teve em um jovem trio do Barcelona um dos seus destaque.

Vencedores do prêmio “Golden Boy”, dado ao melhor jogador atuando na Europa com menos de 21 anos, Pedri, 20, e Gavi, 18, chegaram a ser comparados com os campeões mundiais Xavi e Iniesta. Gavi, inclusive, ao marcar um dos gols da goleada de 7 a 0 sobre a Costa Rica na estreia já fez história ao se tornar o jogador espanhol mais jovem a marcar um gol em Copas, e o terceiro no geral, atrás apenas de Pelé, que tinha 17 anos em 1958, e mexicano Manoel Rosas, em 1930. Ja Ferran Torres, que é genro do técnico Luis Enrique, marcou dois gols na Copa, um a menos que Morata, artilheiro da seleção no Mundial.

E Mbappé?

Principal destaque jovem da Copa da Rússia, quando tinha apenas 19 anos, Kylian Mbappé, agora aos 23 anos, assumiu o papel de principal jogador da seleção da França, atual campeã do mundo. Principalmente após o corte do atacante Benzema, Bola de Ouro da atual temporada.

Por isso, apesar da idade, Mbappé já é uma realidade do futebol mundial. A pergunta para ele é outra. Quais são as marcar que o jogador, o atual mais bem pago do planeta, com 131 milhões de euros em ganhos anuais (R$ 721 milhões aproximadamente), ainda pode alcançar?

Por enquanto, o jogador, que vem sendo cotado para ser o craque da Copa, já balançou as redes cinco vezes e está isolado na artilharia da competição.

Fonte: GE