Mais um grande resultado do Palmeiras na 29ª rodada fez as chances de título do Campeonato Brasileiro 2022 subirem de 92,8% para 96,6%. Ao vencer o Botafogo, no Rio, a equipe alviverde abriu 10 pontos de vantagem para o Internacional e deixou os rivais com apenas 2,6% de possibilidades de virar o jogo. Fluminense e Flamengo mantêm chances de menos de 1%. As próximas rodadas podem decidir de vez o campeonato, e o Palmeiras encara dois times que lutam desesperadamente contra o rebaixamento: Coritiba em casa e Atlético-GO fora. O time paulista é amplamente favorito em ambos os confrontos, sendo que, para o jogo desta quinta-feira, no Allianz Parque, as chances de vencer são de 63%, a maior da 30ª rodada. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos todas as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.708 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes no ataque e na defesa a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente. Os dados ajudam a calcular as chances de cada equipe vencer os jogos restantes, fazendo 10 mil simulações para cada partida a ser disputada, o que resulta nos percentuais do quadro abaixo. A metodologia empregada está explicada no final do texto.
Chances de título no Brasileirão
Clube | Chances |
Palmeiras | 96,6% |
Internacional | 2,6% |
Fluminense | 0,6% |
Flamengo | 0,2% |
Libertadores
Internacional e Fluminense, mesmo com alguns tropeços como a derrota tricolor no sábado passado, caminham com segurança para a Libertadores 2023. Seus perseguidores pelas vagas na fase de grupos – Corinthians, Flamengo e Athletico-PR – estão envolvidos nas decisões da Copa do Brasil e da Libertadores, o que pode ajudar ainda mais colorados e tricolores a se assegurarem diretamente na fase de grupos. Isso se dá não só pelo foco dividido dos adversários como também pela certeza de que uma ou duas dessas equipes irão garantir seus próprios lugares pelos títulos das competições que disputam. Ficar no G-6 deve ser o suficiente para se garantir com a vaga direta: o Inter tem 98,5% de chances para que isso ocorra, e o Flu 96%.
Chances de ir para a Libertadores
Clube | Chances de G-4 | Chances de G-6 |
Palmeiras | 100% | 100% |
Internacional | 87,9% | 98,5% |
Fluminense | 79,3% | 96,0% |
Flamengo | 56,3% | 87,7% |
Corinthians | 26,8% | 66,7% |
Atlético-MG | 25,0% | 66,1% |
Athletico-PR | 22,1% | 61,5% |
América-MG | 1,3% | 8,9% |
São Paulo | 1,0% | 7,5% |
Santos | 0,2% | 2,2% |
Fortaleza | 0,1% | 2,1% |
Bragantino | 0,1% | 1,5% |
Botafogo | 0% | 0,8% |
Goiás | 0% | 0,3% |
Coritiba | 0% | 0,1% |
Permanência na Série A
Com 0,1% de chances de ficar na Primeira Divisão e uma sequência de maus resultados, o rebaixamento matemático do Juventude é uma questão de tempo. Atlético-GO e Avaí mantêm alguma esperança com 8,2% e 16,3% de possibilidades de seguir na Série A, respectivamente.
A disputa maior está entre Coritiba, Ceará e Cuiabá, sendo que a equipe que vem com melhor produção ofensiva é o Alvinegro cearense, mesmo com três derrotas seguidas. O Vozão está com 74% de chances de permanência. O Cuiabá tem 58,9% de possibilidade de seguir na elite, e o Coxa, de 58%, e com um jogo a menos contra o São Paulo, mas essa disputa ainda vai se acirrar até o fim do Brasileirão.
Chances de permanecer na Série A
Clube | Permanência na Série A |
Palmeiras | 100% |
Internacional | 100% |
Fluminense | 100% |
Flamengo | 100% |
Corinthians | 100% |
Atlético-MG | 100% |
Athletico-PR | 99,9% |
América-MG | 99,9% |
São Paulo | 99,5% |
Santos | 98,8% |
Fortaleza | 98,4% |
Bragantino | 97,6% |
Botafogo | 96,0% |
Goiás | 94,3% |
Ceará | 74,0% |
Cuiabá | 58,9% |
Coritiba | 58,0% |
Avaí | 16,3% |
Atlético-GO | 8,2% |
Juventude | 0,1% |
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.689 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013.
As variáveis consideradas no modelo são: (1) a distância e o ângulo da finalização em relação ao gol; (2) se a finalização foi feita cara a cara com o goleiro; (3) se foi feita sem a presença do goleiro; (4) a parte do corpo utilizada para concluir; (5) se a finalização foi feita de primeira, ajeitada ou carregada; se o chute foi feito com a perna boa ou ruim do jogador; (6) a origem do lance (pênalti, escanteio, cruzamento, falta direta, roubada de bola, lateral etc); (7) se a assistência foi feita de dentro da área; (8) a posição em que o atleta joga; (9) indicadores de força do chute; (10) o valor de mercado das equipes em cada temporada a partir de dados do site Transfermarkt (como proxy de qualidade do elenco); (11) o tempo de jogo; (12) a idade do jogador; (13) a altura do goleiro em jogadas originadas de bolas aéreas; (14) a diferença no placar no momento de cada finalização.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo. Essa variação indica as chances de os times vencerem cada adversário e, a partir daí, é calculada a chance de os clubes terminarem o campeonato em cada posição.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
Fonte: GE